
A creche Semeando o Saber, no bairro Antônio Bezerra, realizou, nesta quinta-feira (26/6), mais uma “Ação Intergeracional” com o tema: “Oficina Africanidades”. A finalidade do encontro promove a interação entre crianças, professores e idosos da comunidade e busca fortalecer vínculos, reduzir o isolamento social, além de promover o interesse mútuo entre os pares na transmissão de conhecimentos entre as gerações.
A coordenadora Verônica Veras Costa afirmou que cada semana a unidade escolar faz ações voltadas para os dois públicos. O trabalho faz parte de um cronograma traçado e planejado por coordenação e professoras. “As ações vão desde a psicomotricidade, oficinas de artes visuais, passeio, sempre envolvendo o currículo da Educação Infantil como aporte para esse trabalho”, afirma com entusiasmo.
“A creche desenvolve ainda um trabalho sobre a pluralidade cultural. Neste mês de junho, a sala do Infantil lB estudou a literatura de cordel dentro de uma proposta de leitura e escrita já existente, enriquecendo suas vivências com a cultura nordestina”, completa.
Oficina Africanidades
Nesta edição, as crianças participaram de atividades educativas e culturais que visam valorizar a cultura, expressões artísticas do povo africano. Na oficina, crianças, docentes e idosos abordaram através das artes, as brincadeiras infantis e sua influência na formação da identidade brasileira. Um dos objetos confeccionados pelas crianças foi o “Kabuletê”, um instrumento musical de percussão de origem africana, também utilizado em algumas tradições afro-brasileiras e povos indígenas.
“Ele é em um pequeno tambor. Fica preso a uma haste de madeira, possui barbantes nas laterais finalizados por sementes, que produzem som ao baterem no couro quando o instrumento é girado. Embora sua origem seja africana, o kabuletê também é utilizado por povos indígenas no Brasil”, afirmou a orientadora Helma Torres. Verônica Veras lembra ainda que o instrumento é usado em brincadeiras infantis, musicalização, ritos religiosos e, segundo relatos, também era utilizado por escravos para espantar animais selvagens durante suas caminhadas.




Cultura Nordestina
Além da cultura africana, os alunos participaram de oficinas nordestinas, onde aprofundaram o estudo do cordel na sala de aula. Para a professora Andressa Oliveira, o cordel é uma das mais expressivas formas da cultura nordestina. “Isso estimula as crianças a participar de várias atividades, como leitura e discussão dos temas explorados pela literatura de cordel”, avalia. As crianças produziram os próprios cordéis com desenhos manuais, ao som de músicas nordestinas.
